Depois de ler o livro, eu acho que a Tati bebeu tanto em Ernaux e no Ed Louis que caiu de bêbada, está de ressaca e todo mundo finge que não viu (tem algo mais da elite paulistana que isso?). Se ela tivesse trazido mais questões sobre o “autodesprezo de uma infância feliz”, ao invés do ernauxriano “não lugar”, seria muito mais interessante. Se ela tivesse trazido mais questões sobre tirar onda da cara da elite, mas ansiar compulsivamente em transformar a filha numa, seria muito mais interessante. Além disso, ela fica contando cada doação, grande ou migalha, que faz — principalmente para os pais — e eu pergunto: tem algo mais da elite paulistana que isso? Para quem, como eu, vive nas margens do interior, tenho um WhatsApp pra mandar pra Tati: você sente que não pertence à elite, mas se comporta como uma — e talvez o humor não te esconda mais disso. Te amo.
Bem lembrada a questão das doações para a família! Eu acho que representa bem a introjeção de um olhar de elite, que a narradora se propõe a criticar, mas na verdade dá mostras de já ter absorvido. Eu diria que doações e ajudas financeiras para a família são comuns na classe média, em que todo mundo está sempre no meio fio econômico, mas se tornam mais raras nas classes altas, nas quais geralmente são os pais que ajudam os filhos até várias décadas da vida adulta. Então essa coisa que é corriqueira onde ela veio, e que se torna objeto de nota uma vez que ela emerge socialmente, deixa claro como ela já está reescrevendo a própria história com os novos olhos de elite.
Entendo, mas há que se pensar: um livro com um tema interessante, que suscita discussões interessantes, mas muito mal escrito, é um bom livro? Não acho que seja o suficiente. Também li pela polêmica e pra tentar entender como diabos Tati Bernardi poderia ter pretensões de Annie Ernaux. E tive que me esforçar muito pra chegar no final, de tanta raiva do desfile de clichês e da falta de trato com a linguagem.
Justo, mas e se essa narradora que quer ser Annie Ernaux (olha que chique se inspirar numa laureada francesa, olha como combina com chegar lá no topo da “elite cultural”) mas solta vários clichês achando que está fazendo bonito pra galera é justamente a narradora perfeita pra essa história? Por isso que acho que rola falar que é bom se vc embarcar na jogada de que essa narradora é uma personagem. Mas também não acho que o texto em si é ruim ou mal escrito - ele flui, parece até uma crônica gigante.
Sim, é possível, mas acho que pra essa tese se sustentar algum nível de ironia seria preciso transparecer. A autora está meio morta-viva na verdade, você a matou, mas não sei se ela concordaria com essa morte. rs
Sobre ser bem escrito ou não, dim, parece uma crônica gigante e este é o problema. Tati quer ser tratada como romancista. São dois gêneros completamente diferentes, mas ela não sabe muito bem como transitar entre um e outro, não tem esse traquejo como escritora. Eu posso ser uma excelente cronista mas, se achar que posso simplesmente pegar uma crônica e encená-la em um palco, exatamente como é, talvez eu esteja sendo uma péssima dramaturga. Não é porque ela escreve de um jeito que funciona para um jornal diário que vai conseguir sustentar uma prosa de fôlego. Resumindo: ela escreve romances como uma publicitária e gente do céu isso é sofrível.
Eu acho mta pretensão da Tati Bernardi falar que ela eh a annie ernaux, uma laureada que escreve muitíssimo bem.O texto da Tati nao chega nem perto do da ernaux. Fora que sao deslocamento de classe completamento distintos.A ernaux saiu de um lugar de fato muito pobre, sem nenhum recurso.A tati nao era nada pobre, so nao tinha o verniz, que ela tanto preza.E fica desdenhando de coisas que ela mesmo quer ser. Enfim, um livro que nao diz nada.
Concordo - deslocamentos de classe totalmente distintos. Mas será que a foi a própria Bernardi que se colocou como herdeira de Ernaux ou foi a crítica, no afã de achar uma comparação chique pra jogar confete?
acho que foi ela mesma, pois ja cansou de falar que se inspira nela e no edouard louis. Talvez a critica nem se ligasse caso ela nao tivesse citado tantas vezes, tamanha a distancia entre tati e os outros dois. Talvez a unica semelhança seria por essa suposta mobilidade social. Mas enfim, eu nao gosto da Tati Bernardi e nao gostei do livro, entao talvez seja uma critica com ma vontade rs.
Fiquei com vontade de ler o livro. Acompanho super o trabalho da Tati e concordo que ela às vezes se passa, fica monotemática e não deixa o convidado falar. Pra mim acompanhar os projetos da Tati é meio que acompanhar o estilo de escrita que consumo há anos, mas também a criadora de conteúdo que comunga com muito do que eu já fiz na internet, e de quando o @mulheresalacarte, hoje uma newsletter aqui no Substack, já foi blog e podcast. Também tem seu lado Grey’s Anatomy pra mim: aquela série que talvez eu devesse ter abandonado há tempos, mas que não consigo nem por decreto, por memória afetiva.
É… talvez a Tati, a Bernardi, fale comigo num lugar de memória afetiva.
Sim, vendeste mais um livro pra ela. Vou lá atrás. 🤣
Boa crítica! Uma vez fui ver a Tati Bernardes entrevistando Alessandra Negrini e foi simplesmente insuportável. Uma forçação de queria era "descolada" e queria comer a Negrini de qualquer jeito, obviamente que uma performance "cool", um saco. Fui ler algumas colunas/crônicas e também... Nada. Vai ver que o livro me desperte ou interesse
Caramba... muito boa a resenha. Fiquei na dúvida se fã ou hater, mas acho que os dois, né? Só não sei se deu vontade de ler, pq sinto isso mesmo na Tati. Pra quem vem da Vila Prudente conhece bem o naipe da boba da corte.
Adorei. A mim, ser vivente e pensante de Goiás, incomoda a ideia sempre presente de que, no Brasil, só existe vida pensante na cidade de São Paulo - na USP e nos bairros descoladas onde transitam os escritores de newsletters e podcasters. Seu texto é ótimo e me fez ter certeza de que não quero ler o livro! Rs
Concordo que o humor autodepreciativo possa ser usado como escudo defensivo, mas não tenho uma visão tão negativa desse recurso cômico. Primeiro porque esse tipo de humor também pode indicar aceitação de si e segundo porque permite que o leitor também cultive um olhar mais generoso com relação as próprias falhas e consequentemente dos/as outros/as.
Você já assistiu Nanette, da Hannah Gadsby? É maravilhoso por vários motivos. Ela faz toda uma jornada de reflexão sobre os usos do humor autodepreciativo. É um show de comédia, mas chorei horrores no final.
Assisti! É maravilhoso mesmo, mas a história dela como comediante que ela mesma conta é de que ela usou o humor autodepreciativo para se referir a sua própria vivência de opressão por ser lésbica. Mas nem todo humor autodepreciativo é opressor. Por exemplo: rir da própria vaidade. Toda piada, seja dirigida a si ou a outras pessoas, pode ter como alvo o oprimido ou o opressor.
Ótima crítica, Ariela. Apenas uma humilde contribuição marginal, mesmo nos países onde o capitalismo é agressivo, a origem do dinheiro conta. Não à toa eles têm a expressão “old money” para diferenciar os ricos aristocratas dos novos ricos. Aqui em Bali, conheci um indiano bilionário que fez fortuna com uma empresa de tecnologia na Nasdaq, mas acabou largando tudo porque era desprezado pelos diretores “wasp” da empresa dele por conta de suas origens.
Eu escrevi esse trecho pensando na minha experiência em Nova York - embora haja o conceito de old money, me parece que há um achatamento mais radical. Se vc ficou multimilionário, vc está in, independente de onde veio o dinheiro. Mas NY não é régua pro país todo (nem a minha observação é muito científica).
Eu também morei em Nova York e você tem razão no ponto de que ter dinheiro abre várias portas na sociedade. Quando você entra nesses salões exclusivos, porém, ainda será esnobado se não tiver o sobrenome certo. Como de resto, em qualquer lugar do mundo. Mas também falo de um ponto de vista de observador, a partir de relatos que ouvi porque, obviamente, não pertenço ao grupo dos milionários. 😂
Acho que aquela coceira de falar do autor sempre está aí, e a tentação é ainda mais forte na autoficção, quando autor e obra estão embolados… que bom que gostou da resenha, obrigada pela leitura!
Depois de ler o livro, eu acho que a Tati bebeu tanto em Ernaux e no Ed Louis que caiu de bêbada, está de ressaca e todo mundo finge que não viu (tem algo mais da elite paulistana que isso?). Se ela tivesse trazido mais questões sobre o “autodesprezo de uma infância feliz”, ao invés do ernauxriano “não lugar”, seria muito mais interessante. Se ela tivesse trazido mais questões sobre tirar onda da cara da elite, mas ansiar compulsivamente em transformar a filha numa, seria muito mais interessante. Além disso, ela fica contando cada doação, grande ou migalha, que faz — principalmente para os pais — e eu pergunto: tem algo mais da elite paulistana que isso? Para quem, como eu, vive nas margens do interior, tenho um WhatsApp pra mandar pra Tati: você sente que não pertence à elite, mas se comporta como uma — e talvez o humor não te esconda mais disso. Te amo.
Bem lembrada a questão das doações para a família! Eu acho que representa bem a introjeção de um olhar de elite, que a narradora se propõe a criticar, mas na verdade dá mostras de já ter absorvido. Eu diria que doações e ajudas financeiras para a família são comuns na classe média, em que todo mundo está sempre no meio fio econômico, mas se tornam mais raras nas classes altas, nas quais geralmente são os pais que ajudam os filhos até várias décadas da vida adulta. Então essa coisa que é corriqueira onde ela veio, e que se torna objeto de nota uma vez que ela emerge socialmente, deixa claro como ela já está reescrevendo a própria história com os novos olhos de elite.
Entendo, mas há que se pensar: um livro com um tema interessante, que suscita discussões interessantes, mas muito mal escrito, é um bom livro? Não acho que seja o suficiente. Também li pela polêmica e pra tentar entender como diabos Tati Bernardi poderia ter pretensões de Annie Ernaux. E tive que me esforçar muito pra chegar no final, de tanta raiva do desfile de clichês e da falta de trato com a linguagem.
Justo, mas e se essa narradora que quer ser Annie Ernaux (olha que chique se inspirar numa laureada francesa, olha como combina com chegar lá no topo da “elite cultural”) mas solta vários clichês achando que está fazendo bonito pra galera é justamente a narradora perfeita pra essa história? Por isso que acho que rola falar que é bom se vc embarcar na jogada de que essa narradora é uma personagem. Mas também não acho que o texto em si é ruim ou mal escrito - ele flui, parece até uma crônica gigante.
Sim, é possível, mas acho que pra essa tese se sustentar algum nível de ironia seria preciso transparecer. A autora está meio morta-viva na verdade, você a matou, mas não sei se ela concordaria com essa morte. rs
Sobre ser bem escrito ou não, dim, parece uma crônica gigante e este é o problema. Tati quer ser tratada como romancista. São dois gêneros completamente diferentes, mas ela não sabe muito bem como transitar entre um e outro, não tem esse traquejo como escritora. Eu posso ser uma excelente cronista mas, se achar que posso simplesmente pegar uma crônica e encená-la em um palco, exatamente como é, talvez eu esteja sendo uma péssima dramaturga. Não é porque ela escreve de um jeito que funciona para um jornal diário que vai conseguir sustentar uma prosa de fôlego. Resumindo: ela escreve romances como uma publicitária e gente do céu isso é sofrível.
Hahahah eu ri de verdade aqui! Obrigada pelo diálogo 🥰
Vana, gracias pela ilustração do que eu penso sobre os escritos dela. Ri alto, e sigo com vontade de ler o livro, agora no modo emprestado.
Ola!
Eu acho mta pretensão da Tati Bernardi falar que ela eh a annie ernaux, uma laureada que escreve muitíssimo bem.O texto da Tati nao chega nem perto do da ernaux. Fora que sao deslocamento de classe completamento distintos.A ernaux saiu de um lugar de fato muito pobre, sem nenhum recurso.A tati nao era nada pobre, so nao tinha o verniz, que ela tanto preza.E fica desdenhando de coisas que ela mesmo quer ser. Enfim, um livro que nao diz nada.
Concordo - deslocamentos de classe totalmente distintos. Mas será que a foi a própria Bernardi que se colocou como herdeira de Ernaux ou foi a crítica, no afã de achar uma comparação chique pra jogar confete?
acho que foi ela mesma, pois ja cansou de falar que se inspira nela e no edouard louis. Talvez a critica nem se ligasse caso ela nao tivesse citado tantas vezes, tamanha a distancia entre tati e os outros dois. Talvez a unica semelhança seria por essa suposta mobilidade social. Mas enfim, eu nao gosto da Tati Bernardi e nao gostei do livro, entao talvez seja uma critica com ma vontade rs.
Caraca, que mágico ver as conversas no grupo virarem esse texto super bem argumentado! Adorei!
Foi bacana meio que escrever no grupo antes de organizar aqui! As coisas saem melhor em conjunto.
Incrível mesmo ver esse resultado! Ariela escreveu uma resenha brilhante e me fez querer ler o livro.
É estranho sair dando “curtir” em elogios, mas fica aqui meu coraçãozinho de apreciação pela sua apreciação ❤️
Fiquei com vontade de ler o livro. Acompanho super o trabalho da Tati e concordo que ela às vezes se passa, fica monotemática e não deixa o convidado falar. Pra mim acompanhar os projetos da Tati é meio que acompanhar o estilo de escrita que consumo há anos, mas também a criadora de conteúdo que comunga com muito do que eu já fiz na internet, e de quando o @mulheresalacarte, hoje uma newsletter aqui no Substack, já foi blog e podcast. Também tem seu lado Grey’s Anatomy pra mim: aquela série que talvez eu devesse ter abandonado há tempos, mas que não consigo nem por decreto, por memória afetiva.
É… talvez a Tati, a Bernardi, fale comigo num lugar de memória afetiva.
Sim, vendeste mais um livro pra ela. Vou lá atrás. 🤣
Lê e me conta o que achou!!
Boa crítica! Uma vez fui ver a Tati Bernardes entrevistando Alessandra Negrini e foi simplesmente insuportável. Uma forçação de queria era "descolada" e queria comer a Negrini de qualquer jeito, obviamente que uma performance "cool", um saco. Fui ler algumas colunas/crônicas e também... Nada. Vai ver que o livro me desperte ou interesse
Confesso que li pela treta. Não é nada imperdível, mas diverte, e dá pra pensar uma coisa ou outra sobre a dinâmica de ascensão social.
Caramba... muito boa a resenha. Fiquei na dúvida se fã ou hater, mas acho que os dois, né? Só não sei se deu vontade de ler, pq sinto isso mesmo na Tati. Pra quem vem da Vila Prudente conhece bem o naipe da boba da corte.
É, talvez a leitura te irrite mais do que te divirta… obrigada pelo comentário!!
Adorei. A mim, ser vivente e pensante de Goiás, incomoda a ideia sempre presente de que, no Brasil, só existe vida pensante na cidade de São Paulo - na USP e nos bairros descoladas onde transitam os escritores de newsletters e podcasters. Seu texto é ótimo e me fez ter certeza de que não quero ler o livro! Rs
Só tenho um ponto:
Concordo que o humor autodepreciativo possa ser usado como escudo defensivo, mas não tenho uma visão tão negativa desse recurso cômico. Primeiro porque esse tipo de humor também pode indicar aceitação de si e segundo porque permite que o leitor também cultive um olhar mais generoso com relação as próprias falhas e consequentemente dos/as outros/as.
Você já assistiu Nanette, da Hannah Gadsby? É maravilhoso por vários motivos. Ela faz toda uma jornada de reflexão sobre os usos do humor autodepreciativo. É um show de comédia, mas chorei horrores no final.
Assisti! É maravilhoso mesmo, mas a história dela como comediante que ela mesma conta é de que ela usou o humor autodepreciativo para se referir a sua própria vivência de opressão por ser lésbica. Mas nem todo humor autodepreciativo é opressor. Por exemplo: rir da própria vaidade. Toda piada, seja dirigida a si ou a outras pessoas, pode ter como alvo o oprimido ou o opressor.
Concordo super! Mas desde então sempre me fica a pulga atrás da orelha a respeito do que o humor autopreciativo pode estar escondendo ou revelando.
Sim, é muito coerente o seu texto. Toda piada tem um contexto para além do tipo de humor usado.
Excelente resenha.
Ótima crítica, Ariela. Apenas uma humilde contribuição marginal, mesmo nos países onde o capitalismo é agressivo, a origem do dinheiro conta. Não à toa eles têm a expressão “old money” para diferenciar os ricos aristocratas dos novos ricos. Aqui em Bali, conheci um indiano bilionário que fez fortuna com uma empresa de tecnologia na Nasdaq, mas acabou largando tudo porque era desprezado pelos diretores “wasp” da empresa dele por conta de suas origens.
Interessante essa perspectiva.
Eu escrevi esse trecho pensando na minha experiência em Nova York - embora haja o conceito de old money, me parece que há um achatamento mais radical. Se vc ficou multimilionário, vc está in, independente de onde veio o dinheiro. Mas NY não é régua pro país todo (nem a minha observação é muito científica).
Eu também morei em Nova York e você tem razão no ponto de que ter dinheiro abre várias portas na sociedade. Quando você entra nesses salões exclusivos, porém, ainda será esnobado se não tiver o sobrenome certo. Como de resto, em qualquer lugar do mundo. Mas também falo de um ponto de vista de observador, a partir de relatos que ouvi porque, obviamente, não pertenço ao grupo dos milionários. 😂
Se a gente chegar lá, relatamos numa autoficção 🤣
Ótima resenha, bem esclarecedora. Mas realmente, faltou o marketing literário, vou ter que ler o livro hahaha
Sempre amei a escrita da Tati, já estava curiosa para ler o novo livro dela, mas essa resenha me deixou com ainda mais vontade!
Pretendo ler o livro da Tati? Não. Mas adorei a sua resenha e pretendo, seriamente, em acompanhar mais.
Bem vinda :) a editoria aqui é variada, já já chegam uns textos mais estranhos, espero não assustar 😅
desconheço o trabalho da Bernardi, mas, pela polêmica gerada, acabei esbarrando com várias resenhas negativas que focavam sobretudo na autora :(.
a sua, sim, é uma ótima resenha literária 💌 (me atiçou a ler o tal do livro hahaha).
Acho que aquela coceira de falar do autor sempre está aí, e a tentação é ainda mais forte na autoficção, quando autor e obra estão embolados… que bom que gostou da resenha, obrigada pela leitura!
Estou louca para ler esse livro