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Talvez seja meio boba minha referência, mas fiquei pensando em como o Larry David fez um bom trabalho em contar histórias a partir da perspectiva de judeus, sem ser exclusivamente pautado pelo ângulo da opressão.

Ah, e fiquei chocada com a história da fratura do prédio! Me fez perceber que viver numa cidade grande é todos os dias confiar imensamente no trabalho de desconhecidos e nem se dar conta disso!

Mais um baita texto, mulher!

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Texto incrível. Me pergunto se o que chamamos de fratura não é apenas a singularidade de criadores e suas criações que esperamos que se adequem sempre às nossas expectativas.

Se não correspondem, é natural ignorarmos essas "falhas" para reafirmar nossas crenças, mas deveríamos mesmo abraçar o diálogo com o texto em toda a sua admirável "imperfeição".

Afinal, quando os contextos mudam, as criações sempre se tornam mais frágeis, a exemplo do prédio, construído sem se considerar a questão de ventos mais fortes. Ele não estava errado nem certo, apenas foi construído atendendo a outros contextos e expectativas, assim como o texto de Virgínia Woolf.

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Esse texto me tirou o fôlego. Já escrevi sobre esse processo aí de "confrontado entre a lembrança da morte e da vida, você escolhe a morte." no que diz respeito à pessoa com deficiência, mas sempre fiquei com vontade de escrever mais e seu texto parece que colou todas as pecinhas aqui dentro de mim. Obrigada e parabéns mesmo!

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Cada vez mais fã da sua newsletter. Texto excelente e que me passa a sensação de "olha, é pra isso que queremos assinar newsletters!". E curioso como, às vezes, tenho a sensação de que não queremos mais, enquanto sociedade, olhar para as fraturas, queremos conformidade ao nosso grupo e denunciamos a polaridade apenas como lamúria: "essa coisa existe e agora que reclamei me sinto em paz e posso voltar para meu mundinho". Xingar muito no Twitter, afinal, virou a regra, não mais um vídeo compartilhado como motivo de escárnio.

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Que descoberta, a sua newsletter, Ariela! Caí aqui por conta de sua colaboração no Texto & o Tempo é adorei. Que riqueza de referências! Adorei conhecer essa curiosidade do City Corp tb

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Ariela, você tá num patamar elevado da stackfera (ainda não encontrei um nome tão bom quanto 'blogsfera' do passado).

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Essa já virou uma das minhas edições favoritas. Me fez pensar sobre tanta coisa! Obrigada por seus textos.

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Você falou diretamente com uma angústia minha - quando comecei a escrever, eu sempre falava que queria ter a liberdade de sonhar e narrar que nem um homem branco, sem precisar retratar tudo de errado que existe com ser mulher. Fui lidando com isso aos poucos, e gosto bastante do conceito da Virginia de mente andrógina.

Texto muito bem escrito e conduzido, dando as mãos da Virginia, do prédio, da identidade judaica, e deixando uma fratura em plena vista!

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Mar 22, 2023Liked by Ariela K.

tô mal com esse texto faz dias!

mas esse 'mal' é mais do tipo: inquieta, curiosa, desperta.

Obrigada por chamar a atenção pras fraturas! Fiquei com a sensação de: Leia Virgínia Woolf de novo!!!

Quero reler e pensar nesses lugares não-tão-novos que mulheres e escritoras fomos colocadas. Fiquei súper inspirada pra pensar em como construir uma trajetória com mais autonomia e menos reação.

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Mar 22, 2023Liked by Ariela K.

Muito, muito boa chacoalhada. Tive uma conversa sobre algo nessa linha com uma pesquisadora anos atrás... sobre o atraso que pode ser restringir a pauta das discussões à violência contra a mulher. Faz total sentido, mas o cerco de ser uma demanda real dificulta tremendamente abrir outras conversas e fazê-las crescer fora de núcleos ainda tímidos.

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Sempre aprendendo contigo, Ariela! Muito interessante a história da fratura do edifício e a imensa coragem moral do engenheiro! A se destacar, também, a questão do foco. Prefiro as rosas, do lado de cá, e celebrar as mulheres que me formaram vida afora!!

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Excelente você está numa evolução em suas escritas que reverberam para cada um de nós de forma reflexiva e questionadora..abraços luz e paz

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Que perspectiva mais singular - amei! Vou reler "Um teto" com um olhar mais curioso para as tais rachaduras. Abçs.

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Que belo texto, me fez pensar em muitas coisas. Acredito que a ideia de "relembre e apague o seu nome" se dá também nos traumas individuais. Enquanto não processamos os traumas, ficamos repetidamente voltando a eles, de forma inconsciente. Lembramos sem lembrar. Apenas após revivermos e de fato relembrarmos, é que somos capazes de "apagar o nome", só voltando a ele de forma consciente, na hora que queremos, e sabendo o espaço que ocupa em nós - mas sem mais nos definirmos por ele.

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