Não acho que consumi tantos romances de formação assim, e o meu exemplo favorito e supremo nem é ocidental (A Viagem de Chihiro), então talvez seja por isso que eu não enxergo isso como "uma conversão que é um momento de epifania". Eu penso que toda história é um recorte (especialmente a modalidade narrativa de histórias que tem começo e fim) enquanto a vida é um todo e é contínua. É claro que na nossa vida nunca vai ter um "final" porque ela ainda está em andamento... mas eu reconheço coisas que eu aprendi ao longo dos últimos cinco, dez, quinze, vinte anos... e se eu fosse transformar isso num livro de 300 páginas eu saberia colocar um começo, alguns episódios que forma úteis nesse crescimento, e um fim.Às vezes tem um relapso (daí a gente escreve a seuqencia, faz o filme 2). Em outros aspectos da minha vida eu sinto que continuo tão perdida e sem respostas quanto no dia que nasci, mas é isso: aspectos. Recortes. Nessa versão resumida e contada em retrocesso, quinze anos de experiência de vida ficam mesmo parecendo um momento de epifânia
boa proposta num mundo entulhado de narrativas cheias de peripécias, clímax e grandes revelações. ah, q saudade do blumenthal, cara... feliz em ver o doug por asqui - foi meu companheiro em caminhadas durante aquela pandemia sem fim...
Não sou adepto do judaísmo, mas tenho percebido em mim uma atração crescente por artistas judeus e suas criações. Um dos meus escritores favoritos é o Philip Roth, e, lembrando de maneira retrospectiva, me chama a atenção como os romances parecem mais justamente capítulos de uma vida do que histórias com começo, meio e fim - basicamente todos os romances protagonizados pelo Nathan Zuckerman, por exemplo. Estou lendo "Herzog", do Saul Bellow, no momento, ainda não cheguei a um quarto lido, mas o mesmo aspecto me chama a atenção. Faço a comparação com a minha própria trajetória, e vejo também uma ausência de epifanias.
Não acho que consumi tantos romances de formação assim, e o meu exemplo favorito e supremo nem é ocidental (A Viagem de Chihiro), então talvez seja por isso que eu não enxergo isso como "uma conversão que é um momento de epifania". Eu penso que toda história é um recorte (especialmente a modalidade narrativa de histórias que tem começo e fim) enquanto a vida é um todo e é contínua. É claro que na nossa vida nunca vai ter um "final" porque ela ainda está em andamento... mas eu reconheço coisas que eu aprendi ao longo dos últimos cinco, dez, quinze, vinte anos... e se eu fosse transformar isso num livro de 300 páginas eu saberia colocar um começo, alguns episódios que forma úteis nesse crescimento, e um fim.Às vezes tem um relapso (daí a gente escreve a seuqencia, faz o filme 2). Em outros aspectos da minha vida eu sinto que continuo tão perdida e sem respostas quanto no dia que nasci, mas é isso: aspectos. Recortes. Nessa versão resumida e contada em retrocesso, quinze anos de experiência de vida ficam mesmo parecendo um momento de epifânia
"A memória é seletiva e criativa: ela apaga caminhos em falso e inventa causalidades".
que belo e profundo! que sejamos abraçados por esse grande devir que é a vida 💜
boa proposta num mundo entulhado de narrativas cheias de peripécias, clímax e grandes revelações. ah, q saudade do blumenthal, cara... feliz em ver o doug por asqui - foi meu companheiro em caminhadas durante aquela pandemia sem fim...
Não sou adepto do judaísmo, mas tenho percebido em mim uma atração crescente por artistas judeus e suas criações. Um dos meus escritores favoritos é o Philip Roth, e, lembrando de maneira retrospectiva, me chama a atenção como os romances parecem mais justamente capítulos de uma vida do que histórias com começo, meio e fim - basicamente todos os romances protagonizados pelo Nathan Zuckerman, por exemplo. Estou lendo "Herzog", do Saul Bellow, no momento, ainda não cheguei a um quarto lido, mas o mesmo aspecto me chama a atenção. Faço a comparação com a minha própria trajetória, e vejo também uma ausência de epifanias.
só pra registrar que acabei de ler o blurb que vc deixou (nem sei quando!)
obrigada demais demais demais demais
<3