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Carolina Ruhman Sandler's avatar

Adorei o texto! Existe também um fator que é econômico e cultural: artistas, cineastas e autores judeus produziram filmes, livros e peças sobre o holocausto que influenciam muito a nossa forma de pensar sobre o tema. Como judia, sei bem a importância de relembrar para nunca esquecer. Isso só foi possível graças a um poder econômico que permitiu toda essa produção cultural importantíssima. Sem reparação econômica pela escravidão, fica impossível haver algum tipo de igualdade social - e os meios econômicos para a produção cultural da população negra ficam mais difíceis. Some a isso o preconceito que subsiste no País e pronto - filmes como “Medida Provisória” são a exceção, e não a regra. Há muitos fatores por trás das poucas vozes que falam sobre a escravidão que chegam até nós.

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kuzman ǀ Luiz Antônio Gusmão's avatar

Precisamos mesmo confrontar nossos traumas coletivos, encarar nossas mazelas, reconhecer a crueldade comezinha, visceral e assustadora o racismo que nos foi legado pela escravidão. Está semana, participei da discussão de "Úrsula", um romance de 1859-60, escrito por uma mulher maranhense negra q, debaixo de uma narrativa marcada pelo convencionalismo romântico da época, figura como primeira obra a denunciar a perversidade da classe escravocrata, da voz personagens negros a narrar o próprio cativeiro e mulheres a denunciarem sua subjugação por homens violentos e poderosos. Maria Firmino foi apagada da nossa história literária e seu resgate faz parte do esforço de compreender o racismo que marca até hoje nossa vida, familiar e social.

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