Adorei essa ideia! Eu, particularmente, fico muito incomodado quando deixo um livro lido pela metade no caminho, fico sempre com a ideia de querer voltar, mas você tem razão, desistir ajuda a entender melhor a raiz do desconforto.
E quanto a Aftersun: achei ok, mas também não me disse muita coisa.
Desistir é um processo pra mim também, na verdade não sou muito desapegada. Foi na sua news que li algo como “imagina todas as coisas que podem mudar a nossa vida que estão escondidas nos livros que a gente comprou e abandonou na estante”?
Valorizar o nosso tempo é tudo, então abandonar livros me parece algo bem maduro nessa linha. Eu ainda tenho dificuldade de praticar o desapego - leio meio acelerado pra chegar no final, meio pra matar a curiosidade do final, mas é deprimente cumprir tabela assim. Acho mais fácil desistir de séries.
E boa sorte no seu período de pausa! Curta muito o processo e as entrelinhas que certamente vão surgir 💞
Eu sou insuportável com séries. A série precisa ser muito, muito boa pra eu passar do primeiro episódio. Acho que de todas as chatices que eu pratico, a que mais me isola culturalmente é que eu não consigo entrar na onda da maioria das séries que as pessoas amam. E não é por falta de tentar!!! Queria que o hype me levasse!!! Nem me arrisco a falar aqui qual a última série que não achei nada demais...
Acho que minha resposta apareceu no lugar errado 🙈 vou colar ela aqui pra ver se agora vai:
Eu que não sou doida de mexer com fandom de série. Da próxima vez que eu for pra SP, a gente marca um encontrinho e eu sussurro pra vc o nome da série. Mas vou dizer duas que tem hype e eu acho que são muito boas mesmo: Succession e Severance (apesar de que Severance eu assisto amando, esperando o momento no qual eu posso ver o próximo episódio, mas também com aquele sentimento que eu compartilhei na sua news: porque raios esse Apple TV special está passando essa mensagem anti grandes empresas, anti cultura do trabalho? qual o truque aqui?).
Por muitos anos eu tive a determinação pessoal de jamais largar um livro antes de terminá-lo.
Até que um dia eu escutei alguém dizendo uma frase do tipo "e se todo o tempo que você gasta lendo um livro que não gostou fosse investido numa leitura que você, de fato, curte e aproveita? não seria muito melhor?" e aí finalmente fez sentido!
A vida é tão curta, pra quê perdê-la em coisas que não nos trazem prazer...
Eu só aprendi esse desapego recentemente, bem recentemente! Sempre ficava achando que, se insistisse, ia ter um momento que ia valer a pena. Mas agora me conformei que esse momento em que vai valer a pena pode ser anos depois :)
A citação do Taleb, logo de início, me foi um bálsamo... Se minhas procrastinações tem um sentido estendido estou salvo!! rsrsrs No mais, belíssimo texto, Ariela! Aprendi, refleti e descobri que deixo muitas coisas pra lá... Bom estar na companhia dos muitos que fazem o mesmo!!
A citação é bacana, né? E acho que faz sentido de verdade, também em conjunção com a ideia do Umberto Eco sobre bibliotecas. Eu resgatei esses dias um livro do Harold Bloom que, quando comprei, anos atrás, a leitura não evoluiu. Achei chato, confuso. Várias outras leituras depois, eu abri de novo o livro e de repente o troço não só faz sentido, como cada página é uma descoberta prazeirosa. Imagina se eu tivesse insistido e terminado o livro por algum senso de obrigação do livro lido? Talvez detestasse o livro sem dar uma segunda chance, em vez de deixar a procrastinação exercer sua sabedoria naturalista :)
Isso, Ariela! Temos sido conduzidos pela ideia de produtividade - a qualquer custo, alimentado por um senso de dever que nos obriga a fazer o que não é razoável, por vezes... Faz bem acreditar mais em nossos instintos (a sabedoria naturalista permeia isso)! Legal este seu depoimento sobre o "tempo certo" da leitura de algumas obras e leitores. Nem sempre estamos prontos, não é?
eu sou uma leitora que abandona livros no último capítulo, não sei bem o motivo. algumas coisas não precisam ser concluídas. outras a gente já conhece o fim da história, porque se repetem ao longo do tempo e em outros contextos. quando alguém justifica atrocidades em nome de um idealismo, é a banalidade do bem que já conhecemos... é como abandonar um livro mas saber exatamente como termina.
Adorei o desapego de abandonar no último capítulo. Geralmente é o capítulo que, mesmo que a gente não esteja curtindo muito, vai lá e lê... afinal, já chegou tão longe!
Adorei essa ideia! Eu, particularmente, fico muito incomodado quando deixo um livro lido pela metade no caminho, fico sempre com a ideia de querer voltar, mas você tem razão, desistir ajuda a entender melhor a raiz do desconforto.
E quanto a Aftersun: achei ok, mas também não me disse muita coisa.
Desistir é um processo pra mim também, na verdade não sou muito desapegada. Foi na sua news que li algo como “imagina todas as coisas que podem mudar a nossa vida que estão escondidas nos livros que a gente comprou e abandonou na estante”?
Valorizar o nosso tempo é tudo, então abandonar livros me parece algo bem maduro nessa linha. Eu ainda tenho dificuldade de praticar o desapego - leio meio acelerado pra chegar no final, meio pra matar a curiosidade do final, mas é deprimente cumprir tabela assim. Acho mais fácil desistir de séries.
E boa sorte no seu período de pausa! Curta muito o processo e as entrelinhas que certamente vão surgir 💞
Eu sou insuportável com séries. A série precisa ser muito, muito boa pra eu passar do primeiro episódio. Acho que de todas as chatices que eu pratico, a que mais me isola culturalmente é que eu não consigo entrar na onda da maioria das séries que as pessoas amam. E não é por falta de tentar!!! Queria que o hype me levasse!!! Nem me arrisco a falar aqui qual a última série que não achei nada demais...
contaaaa ahahaha
eu tenho fases e fases, com épocas mais abertas ao hype e outros momentos de alta energia crítica. "e tá tudo bem" kkk
Acho que minha resposta apareceu no lugar errado 🙈 vou colar ela aqui pra ver se agora vai:
Eu que não sou doida de mexer com fandom de série. Da próxima vez que eu for pra SP, a gente marca um encontrinho e eu sussurro pra vc o nome da série. Mas vou dizer duas que tem hype e eu acho que são muito boas mesmo: Succession e Severance (apesar de que Severance eu assisto amando, esperando o momento no qual eu posso ver o próximo episódio, mas também com aquele sentimento que eu compartilhei na sua news: porque raios esse Apple TV special está passando essa mensagem anti grandes empresas, anti cultura do trabalho? qual o truque aqui?).
Que incrível que saiu tudo isso do nosso sorvete! Amei a edição - e te conhecer em SP ❤️
Tomara que a gente marque uma próxima em breve!!
Tô dentro!
Concordo!
Por muitos anos eu tive a determinação pessoal de jamais largar um livro antes de terminá-lo.
Até que um dia eu escutei alguém dizendo uma frase do tipo "e se todo o tempo que você gasta lendo um livro que não gostou fosse investido numa leitura que você, de fato, curte e aproveita? não seria muito melhor?" e aí finalmente fez sentido!
A vida é tão curta, pra quê perdê-la em coisas que não nos trazem prazer...
Eu só aprendi esse desapego recentemente, bem recentemente! Sempre ficava achando que, se insistisse, ia ter um momento que ia valer a pena. Mas agora me conformei que esse momento em que vai valer a pena pode ser anos depois :)
Ótima reflexão.. abraços e vamos continuar contigo nesta caminhada de ampliação de conhecimentos, abraços e paz
A citação do Taleb, logo de início, me foi um bálsamo... Se minhas procrastinações tem um sentido estendido estou salvo!! rsrsrs No mais, belíssimo texto, Ariela! Aprendi, refleti e descobri que deixo muitas coisas pra lá... Bom estar na companhia dos muitos que fazem o mesmo!!
A citação é bacana, né? E acho que faz sentido de verdade, também em conjunção com a ideia do Umberto Eco sobre bibliotecas. Eu resgatei esses dias um livro do Harold Bloom que, quando comprei, anos atrás, a leitura não evoluiu. Achei chato, confuso. Várias outras leituras depois, eu abri de novo o livro e de repente o troço não só faz sentido, como cada página é uma descoberta prazeirosa. Imagina se eu tivesse insistido e terminado o livro por algum senso de obrigação do livro lido? Talvez detestasse o livro sem dar uma segunda chance, em vez de deixar a procrastinação exercer sua sabedoria naturalista :)
Isso, Ariela! Temos sido conduzidos pela ideia de produtividade - a qualquer custo, alimentado por um senso de dever que nos obriga a fazer o que não é razoável, por vezes... Faz bem acreditar mais em nossos instintos (a sabedoria naturalista permeia isso)! Legal este seu depoimento sobre o "tempo certo" da leitura de algumas obras e leitores. Nem sempre estamos prontos, não é?
eu sou uma leitora que abandona livros no último capítulo, não sei bem o motivo. algumas coisas não precisam ser concluídas. outras a gente já conhece o fim da história, porque se repetem ao longo do tempo e em outros contextos. quando alguém justifica atrocidades em nome de um idealismo, é a banalidade do bem que já conhecemos... é como abandonar um livro mas saber exatamente como termina.
Adorei o desapego de abandonar no último capítulo. Geralmente é o capítulo que, mesmo que a gente não esteja curtindo muito, vai lá e lê... afinal, já chegou tão longe!