Venho de uma família não leitora, pouco alfabetizada, porém, com rico repertório de histórias, passadas de geração em geração (em especial minha mãe) e em um processo investigativo bem profundo sobre minha relação com a escrita entendi que minha paixão é pela história. São elas que me encantam, colocá-las no papel é só um a mais...
A Ilíada e a Odisseia inteiras provavelmente foram compostas oralmente, por gente que não sabia escrever :) acho a cultura letrada muito bacana, meu texto mesmo está talhado dela… mas a gente sempre faz nosso pouquinho sabendo que é um dos inúmeros jeitos de sentir e pensar a realidade.
O mesmo comigo. Não sei, inclusive, como surgiu meu interesse pela literatura que vem desde muito cedo, mas acho que você deu uma boa pista (assim como o texto da Ariela) sobre vir de uma família que adorar contar histórias. Talvez esteja aí a resposta para essa minha conexão com a escrita e a pela leitura.
Fiquei tanto tempo me questionando isso (não só a literatura, mas outros gostos e escolhas que são totalmente diferentes do restante da família, como por exemplo ser vegana em uma família de caçadores 😶). Um tanto de mistério e um tanto de conexões que vamos fazer no decorrer da vida também né...)...
Excelente, Ariela, como sempre. Essa coisa da escolha sobre parar de falar me lembra também do Raduan Nassar, que decidiu ir para o mato e nunca mais publicou nada (o que não significa, na minha opinião, que ele tenha parado de escrever).
A literatura até que tem bastante dessas histórias, né? Meio uma pegada “Bartleby & Co”, do Enrique Vila-Matas, e a coleção de escritores reais e imaginados que se recusam a escrever (ou publicar).
Quando eu li o seu texto e especialmente na parte em que você menciona que não gosta muito dos livros com escritores protagonistas, eu lembrei justamente do Bartleby e do livro do Vila-Matas (que eu ainda não li, só conheço a sinopse, deve ser dos próximos).
E, aproveitando, fico pensando também nos atores e atrizes que desistiram de atuar, tipo Ana Paula Arósio e Lídia Brondi, mas aí já entram várias diferenças em relação à escrita.
Cara você traduziu uma parada que está na minha cabeça faz um tempo, mas não conseguia explicar. Sou meio obsessiva com a coisa do transcrever e traduzir, principalmente sentimentos, mas tem coisas que depois de escritas elas só... perdem. Não sei se ficam reduzidas ou se fica melhor quando não tem palavras, mas algo acontece. Tem um poder muito grande na oralidade e no silêncio mesmo.
A Carol Bensimon escreveu em algum texto aqui no Substack que as palavras aumentam as coisas pequenas e diminuem as coisas grandes (ou mais ou menos isso). Acho que é por aí :)
Ariela, eu amei o seu texto! Achei incrível o diálogo que criamos aqui. Gostei muito de como você colocou limites para o poder da palavra e como o silêncio (e a ação) têm um outro tipo de força. Existe a hora de ler e a hora de parar, a hora de falar e a de calar. A vida é este equilíbrio, não? Amei a sua edição ❤️
eu separei o dia para ler e escrever hoje e não consegui fazer nenhum dos dois.
mas comecei um pequeno projeto que consiste em construir um objeto de madeira. no fim, fazer algo concreto, que eu posso pegar com as mãos, mudou meu estado de espírito.
gostei da sincronicidade de abrir esse texto bem agora, no fim desse dia.
Ler e escrever é super legal, mas só são um dos meios de perceber a realidade e participar do mundo :) provavelmente nem os mais importantes, apesar de serem importantes pra gente. Também adoro um trabalho manual, apesar de não ser especialmente talentosa
Você falando de silêncios, e eu estava com medo de você terminar o texto anunciando que não tinha mais nada para dizer e que a Diletante ia deixar de existir. Deixei esse texto um bom tempo guardadinho na caixa de entrada, esperando chegar o próximo pra poder fazer aquela pantomima de correria "puxa, e eu ainda nem li o último!", mas o próximo não chegava. Admito que comecei a fazer teorias sobre o silêncio: mudança para textos pagos? E eu checava a página da Diletante para ver se tinha algum texto de data mais recente que não apareceu pra mim. Eu fico feliz que minhas conclusões precipitadas se mostraram erradas, mas estou com saudade de ver emails seus chegando <3
eu emolduraria esse texto, se isso não fosse contraditório com a temática hahaha eu estudo voz, ando lendo vagarosamente zumthor, por isso quando você disse "silêncio" em oposição à palavra, eu lia como vocalidade. mas a voz não amplificada nem difundida, e sim a da conversa próxima. como a da joutjout ou a da sua sogra na cozinha.
Sempre com atraso estou a ler-te, Ariela. Gostei, como sempre. Dá vontade de te fazer perguntas, mas aí só no modo "Pena Branca" - ao vivo, em cores, com a vida em movimento... Pena Branca, aliás, é o caboclo da minha esposa, que é umbandista. Caboclo sério, sábio, de poucas palavras.
Gostei da referência ao Tolstói. Li o diário dele. E os textos posteriores (via mediúnica, que valem a pena!, escrito pela admirável Yvonne A. Pereira).
Gostei de suas colocações, fazendo refletir que na vida há momentos de escrever/registros .. momentos de ouvir - sentir o outro ..ambos são ótimos ...Abraços
Venho de uma família não leitora, pouco alfabetizada, porém, com rico repertório de histórias, passadas de geração em geração (em especial minha mãe) e em um processo investigativo bem profundo sobre minha relação com a escrita entendi que minha paixão é pela história. São elas que me encantam, colocá-las no papel é só um a mais...
A Ilíada e a Odisseia inteiras provavelmente foram compostas oralmente, por gente que não sabia escrever :) acho a cultura letrada muito bacana, meu texto mesmo está talhado dela… mas a gente sempre faz nosso pouquinho sabendo que é um dos inúmeros jeitos de sentir e pensar a realidade.
Exato. É só um dos inúmeros jeitos...
O mesmo comigo. Não sei, inclusive, como surgiu meu interesse pela literatura que vem desde muito cedo, mas acho que você deu uma boa pista (assim como o texto da Ariela) sobre vir de uma família que adorar contar histórias. Talvez esteja aí a resposta para essa minha conexão com a escrita e a pela leitura.
Fiquei tanto tempo me questionando isso (não só a literatura, mas outros gostos e escolhas que são totalmente diferentes do restante da família, como por exemplo ser vegana em uma família de caçadores 😶). Um tanto de mistério e um tanto de conexões que vamos fazer no decorrer da vida também né...)...
gostei muito do seu texto. deu vontadede nao ler mais nada
(brincadeira hahah)
Excelente, Ariela, como sempre. Essa coisa da escolha sobre parar de falar me lembra também do Raduan Nassar, que decidiu ir para o mato e nunca mais publicou nada (o que não significa, na minha opinião, que ele tenha parado de escrever).
A literatura até que tem bastante dessas histórias, né? Meio uma pegada “Bartleby & Co”, do Enrique Vila-Matas, e a coleção de escritores reais e imaginados que se recusam a escrever (ou publicar).
Quando eu li o seu texto e especialmente na parte em que você menciona que não gosta muito dos livros com escritores protagonistas, eu lembrei justamente do Bartleby e do livro do Vila-Matas (que eu ainda não li, só conheço a sinopse, deve ser dos próximos).
E, aproveitando, fico pensando também nos atores e atrizes que desistiram de atuar, tipo Ana Paula Arósio e Lídia Brondi, mas aí já entram várias diferenças em relação à escrita.
Cara você traduziu uma parada que está na minha cabeça faz um tempo, mas não conseguia explicar. Sou meio obsessiva com a coisa do transcrever e traduzir, principalmente sentimentos, mas tem coisas que depois de escritas elas só... perdem. Não sei se ficam reduzidas ou se fica melhor quando não tem palavras, mas algo acontece. Tem um poder muito grande na oralidade e no silêncio mesmo.
Ótimo texto!
A Carol Bensimon escreveu em algum texto aqui no Substack que as palavras aumentam as coisas pequenas e diminuem as coisas grandes (ou mais ou menos isso). Acho que é por aí :)
A importância do calar - tão grandiosa quanto a do falar. Amo tanto essa dualidade. Amei o seu texto. <3
Obrigada, Mari ❤️
Que texto!
Diz muito sobre o meu desejo de silêncio.
Obrigada!
Ariela, eu amei o seu texto! Achei incrível o diálogo que criamos aqui. Gostei muito de como você colocou limites para o poder da palavra e como o silêncio (e a ação) têm um outro tipo de força. Existe a hora de ler e a hora de parar, a hora de falar e a de calar. A vida é este equilíbrio, não? Amei a sua edição ❤️
eu separei o dia para ler e escrever hoje e não consegui fazer nenhum dos dois.
mas comecei um pequeno projeto que consiste em construir um objeto de madeira. no fim, fazer algo concreto, que eu posso pegar com as mãos, mudou meu estado de espírito.
gostei da sincronicidade de abrir esse texto bem agora, no fim desse dia.
obrigada :) abraço!
Ler e escrever é super legal, mas só são um dos meios de perceber a realidade e participar do mundo :) provavelmente nem os mais importantes, apesar de serem importantes pra gente. Também adoro um trabalho manual, apesar de não ser especialmente talentosa
Gostei muito do texto, conversou com várias coisas aqui dentro. Tenho pensado no silêncio com alguma frequência, o da fala e o da escrita.
Você falando de silêncios, e eu estava com medo de você terminar o texto anunciando que não tinha mais nada para dizer e que a Diletante ia deixar de existir. Deixei esse texto um bom tempo guardadinho na caixa de entrada, esperando chegar o próximo pra poder fazer aquela pantomima de correria "puxa, e eu ainda nem li o último!", mas o próximo não chegava. Admito que comecei a fazer teorias sobre o silêncio: mudança para textos pagos? E eu checava a página da Diletante para ver se tinha algum texto de data mais recente que não apareceu pra mim. Eu fico feliz que minhas conclusões precipitadas se mostraram erradas, mas estou com saudade de ver emails seus chegando <3
eu emolduraria esse texto, se isso não fosse contraditório com a temática hahaha eu estudo voz, ando lendo vagarosamente zumthor, por isso quando você disse "silêncio" em oposição à palavra, eu lia como vocalidade. mas a voz não amplificada nem difundida, e sim a da conversa próxima. como a da joutjout ou a da sua sogra na cozinha.
sou fã das suas palavras, de qualquer modo hahaha
Sempre com atraso estou a ler-te, Ariela. Gostei, como sempre. Dá vontade de te fazer perguntas, mas aí só no modo "Pena Branca" - ao vivo, em cores, com a vida em movimento... Pena Branca, aliás, é o caboclo da minha esposa, que é umbandista. Caboclo sério, sábio, de poucas palavras.
Gostei da referência ao Tolstói. Li o diário dele. E os textos posteriores (via mediúnica, que valem a pena!, escrito pela admirável Yvonne A. Pereira).
Avante!!
Gostei de suas colocações, fazendo refletir que na vida há momentos de escrever/registros .. momentos de ouvir - sentir o outro ..ambos são ótimos ...Abraços