Estou colocando as leituras de newsletters em dia e a tua carta é sempre uma boa surpresa, me faz pensar muito - sobre tudo! Ando numa agonia por não conseguir ler o tanto quanto gostaria e esse texto da paciência, da entrega total à narrativa, me deu um ânimo. Estou lendo Anna Kariênina e acho que era a cadência de um clássico que estava me faltando.
Sou das leitoras que esquece o enredo dos livros facilmente. Filmes também. Gosto dessa reminiscência sem nome, que pode vir na forma de incômodo ou abraço, de perguntas ou de calmaria... Não sei se você já leu Freud alguma vez, essa edição me lembrou um dos meus textos preferidos dele, que chama 'recordar, repetir e elaborar'. Vale a tentativa.
Caramba, Paula, você me lembrou que eu ia ler “totem e tabu” e “Moisés e monoteísmo” para a série sobre o Êxodo e esqueci totalmente! Pelo jeito não esqueço só os enredos, mas a existência de livros inteiros! Vou já procurar um PDF para não esquecer de novo. Beijos
Olha, só quero dizer que: você já chegou lá, querida! É isso.
Você já chegou nesse patamar de se expressar tão bem que... logo no começo, quando li o versículo, mas percebi que seu texto não falaria sobre esse momento em si, mas encontrou algo muito similar pra explicar esse cenário, já me deixou emocionada. Acho muito difícil explicar as coisas sem de fato explicar, simplesmente passar pra outro contexto, e deixar esse "rastro" contando com o conhecimento, a intuição, a sabedoria do leitor... não sei se estou falando direito, adequadamente. Mas foi a emoção que senti, tipo "que sensacional esse paralelo que explica AO mesmo tempo 2 coisas tão distintas em tema, em foco, em períodos do tempo..."
E não para por aí... cada frase eu fico sobressaltada. Mesmo sendo totalmente desnecessário fazer algo tão especial, porque já tinha conquistado a mim, suas frases ainda me causam o impacto de VALEU A PENA LER MAIS, ou PRECISO ANOTAR ISSO.
Gostei tanto que você descreveu como um rastro, essa coisa que a gente só encontra por um instante ou indiretamente.
Me lembrou Clarice, em Estado de graça:
"Deus sabe o que faz: acho que está certo o estado de graça não nos ser dado frequentemente. Se fosse, talvez passássemos definitivamente para o outro lado da vida, que esse outro lado também era real mas ninguém nos entenderia jamais: perderíamos a linguagem em comum."
Oi, xará! Curioso vc comentar justamente dessa citação. Eu fiquei na dúvida se deliberadamente amarrava a ideia do rastro com o conceito de Deus, e quase-quase chamei o texto de “O rastro de Deus”, mas daí me segurei. Deixei implícito na epígrafe, que é um pedaço do Êxodo em que Deus fala sobre si. E logo antes desse trecho, Deus também fala que ninguém sai vivo de ter visto seu rosto - que tem tudo a ver com a ideia da Clarice, de cruzar para o outro lado. Deu até vontade de ser mais ousada e editar o texto! Quem sabe se o meu plano der certo e eu editar um dia esses textos pra Kindle, eu tomo esse passo e faço a conexão mais explícita :) obrigada pelo comentário!
É incrível, né? Qualquer coisa que a agente diga sobre um livro nunca vai ser algo além de uma redução, de uma representação de um todo tão maior, mais complexo... tenho pensado muito isso, em como é impossível representar algo complexo e cheio de camadas com fidelidade. Melhor partir pra poesia... Adorei a edição ❤️
Eu tinha muito preconceito com áudio livro, mas agora escuto direto. Participar do Read with Audrey me fez repensar isso. Conhece? É um clube de ler em voz alta. Participo desde 2017. Aqui explica melhor https://www.bbc.com/news/world-48725722
Li esta edição pouco depois de tentar encontrar palavras para descrever o tanto que um livro tinha me tocado. E é impossível, a gente só se aproxima do que quer dizer, do que realmente sentiu 🖤
Estou colocando as leituras de newsletters em dia e a tua carta é sempre uma boa surpresa, me faz pensar muito - sobre tudo! Ando numa agonia por não conseguir ler o tanto quanto gostaria e esse texto da paciência, da entrega total à narrativa, me deu um ânimo. Estou lendo Anna Kariênina e acho que era a cadência de um clássico que estava me faltando.
Beijo!
Nossa, senti tanta identificação nesse texto!
Sou das leitoras que esquece o enredo dos livros facilmente. Filmes também. Gosto dessa reminiscência sem nome, que pode vir na forma de incômodo ou abraço, de perguntas ou de calmaria... Não sei se você já leu Freud alguma vez, essa edição me lembrou um dos meus textos preferidos dele, que chama 'recordar, repetir e elaborar'. Vale a tentativa.
beijos.
Caramba, Paula, você me lembrou que eu ia ler “totem e tabu” e “Moisés e monoteísmo” para a série sobre o Êxodo e esqueci totalmente! Pelo jeito não esqueço só os enredos, mas a existência de livros inteiros! Vou já procurar um PDF para não esquecer de novo. Beijos
Olha, só quero dizer que: você já chegou lá, querida! É isso.
Você já chegou nesse patamar de se expressar tão bem que... logo no começo, quando li o versículo, mas percebi que seu texto não falaria sobre esse momento em si, mas encontrou algo muito similar pra explicar esse cenário, já me deixou emocionada. Acho muito difícil explicar as coisas sem de fato explicar, simplesmente passar pra outro contexto, e deixar esse "rastro" contando com o conhecimento, a intuição, a sabedoria do leitor... não sei se estou falando direito, adequadamente. Mas foi a emoção que senti, tipo "que sensacional esse paralelo que explica AO mesmo tempo 2 coisas tão distintas em tema, em foco, em períodos do tempo..."
E não para por aí... cada frase eu fico sobressaltada. Mesmo sendo totalmente desnecessário fazer algo tão especial, porque já tinha conquistado a mim, suas frases ainda me causam o impacto de VALEU A PENA LER MAIS, ou PRECISO ANOTAR ISSO.
É isso... você chegou lá! Que brilhante!
Fiquei muito muito feliz com o seu comentário! Muito obrigada. Me deu uma alegria imensa ❤️ Obrigada pela leitura!
Gostei tanto que você descreveu como um rastro, essa coisa que a gente só encontra por um instante ou indiretamente.
Me lembrou Clarice, em Estado de graça:
"Deus sabe o que faz: acho que está certo o estado de graça não nos ser dado frequentemente. Se fosse, talvez passássemos definitivamente para o outro lado da vida, que esse outro lado também era real mas ninguém nos entenderia jamais: perderíamos a linguagem em comum."
Oi, xará! Curioso vc comentar justamente dessa citação. Eu fiquei na dúvida se deliberadamente amarrava a ideia do rastro com o conceito de Deus, e quase-quase chamei o texto de “O rastro de Deus”, mas daí me segurei. Deixei implícito na epígrafe, que é um pedaço do Êxodo em que Deus fala sobre si. E logo antes desse trecho, Deus também fala que ninguém sai vivo de ter visto seu rosto - que tem tudo a ver com a ideia da Clarice, de cruzar para o outro lado. Deu até vontade de ser mais ousada e editar o texto! Quem sabe se o meu plano der certo e eu editar um dia esses textos pra Kindle, eu tomo esse passo e faço a conexão mais explícita :) obrigada pelo comentário!
Eu gostei do modo como deixou implícito para falar da intuição dos livros.
E fiquei pensando que é também como o sonho essa perda das palavras.
Mas como já li algumas vezes este aqui, sei que vou adorar reler também caso escolha fazer a edição. :)
É incrível, né? Qualquer coisa que a agente diga sobre um livro nunca vai ser algo além de uma redução, de uma representação de um todo tão maior, mais complexo... tenho pensado muito isso, em como é impossível representar algo complexo e cheio de camadas com fidelidade. Melhor partir pra poesia... Adorei a edição ❤️
Tem algumas experiências que são muito internas e difíceis de transmitir né!? A não ser pra quem também passou pela experiência…
Eu tinha muito preconceito com áudio livro, mas agora escuto direto. Participar do Read with Audrey me fez repensar isso. Conhece? É um clube de ler em voz alta. Participo desde 2017. Aqui explica melhor https://www.bbc.com/news/world-48725722
Amei! Muito bacana (e muito chique você na BBC!!)
Li esta edição pouco depois de tentar encontrar palavras para descrever o tanto que um livro tinha me tocado. E é impossível, a gente só se aproxima do que quer dizer, do que realmente sentiu 🖤
Sim… fiquei curiosa, qual livro? Beijos
Lili, da Noemi Jaffe ;)